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Mobilidade urbana na Baixada Fluminense

  • Foto do escritor: André Bianche
    André Bianche
  • 27 de jul. de 2018
  • 2 min de leitura

A ocupação desordenada ao longo de décadas, que resultou em elevada densidade demográfica próximo aos centros urbanos, ocupação rarefeita nos arredores e descontinuidade das vias, associados à distribuição desigual dos equipamentos urbanos, da renda e do emprego, que privilegiam a capital do estado desfavorecendo os municípios ao seu redor, acabaram por transformar a tarefa de chegar ao trabalho, escola ou lazer em aventura diária na Baixada Fluminense.


A ineficiência do transporte público, baseado incoerentemente no modal rodoviário nessas cidades que são cortadas pela ferrovia, a falta de incentivo à utilização dos meios transporte ativo (trajetos a pé e meios de transporte movidos a tração humana, como a bicicleta) e a aplicação de uma política que privilegia a utilização do transporte individual motorizado (carros e motocicletas, principalmente) submetem a população das cidades da Baixada a um caos viário, sem ciclovias, com passeios estreitos, interrompidos por obstáculos como entulho, buracos, falta de manutenção e o inconcebível e ilegal estacionamento irregular de veículos, trazendo como conseqüência o aumento no tempo de permanência no transporte e um rombo imenso no orçamento familiar por conta dos gastos diários com deslocamentos.

A distribuição mais equânime de equipamentos públicos e a criação de emprego para além dos limites da capital do Estado trarão certamente reflexos no transporte de forma geral.

Alguns estudos desenvolvidos por diversos órgãos, centros de pesquisas, organizações não governamentais e Universidades, têm apontado diversas formas de solução para a situação atual. Um planejamento urbano integrado que permita a distribuição mais equânime (uma forma mais justa de distribuição que leve em conta as condições sociais e econômicas individuais) de equipamentos públicos como hospitais, unidades de educação, cultura e lazer, bem como a aplicação efetiva de uma política econômica que permita a criação de emprego para além dos limites da cidade do Rio de Janeiro, capital do Estado e núcleo da Metrópole, trarão certamente reflexos no transporte de forma geral. Se forem associados a tais políticas novas ideias na forma de lidar com o transporte de massa e o individual, certamente os problemas serão minimizados e as possibilidades de solução se apresentarão mais facilmente.

Já existem ações individuais e coletivas que, mais do que simples teorias, aplicam na vida real práticas que mudam as formas de deslocamentos diários, apresentando mudanças de comportamento que vão desde a simples utilização da caminhada e da bicicleta para além do lazer e do esporte, como principal meio de transporte utilizado.

Cabe portanto à sociedade como um todo a missão de, além da simples aplicação desses ensinamentos, provocar as mudanças políticas necessárias no sentido de que se maximise a utilizaçãoe do transporte de massa, cujas qualidade e quantidade carecem de maior atenção, sem perder de vista a consciência de que a diminuição das distâncias entre a residência e o emprego e a melhor e mais equânime distribuição dos equipamentos e serviços públicos no território da metrópole são primordiais na busca pela mobilidade urbana de excelência nos já totalmente conurbados municípios da Baixada.


 
 
 

2 Comments


André Bianche
André Bianche
Jul 31, 2018

Perfeito, amigo.

Já toquei em outro artigo no tema dos direitos e deveres em relação aos passeios, mas acredito que ainda temos muito assunto nessa área.


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garretbraganca
Jul 28, 2018

Na linha dezessete do seu excelente texto, eu gostaria de elencar mais um fator de problema, para além da interrupção dos passeios com buracos, entulhos, materiais de construção, placas, etc, me refiro ao desnivelamento do passeio público, e mesmo construções de alvenaria, muitas vezes, construídas por moradores e comerciantes que em alguns lugares chegam a inviabilizar a circulação de Pedestres, expondo-se muitas vezes a acidentes fatais, como já temos presenciado em vários lugares da Baixada Fluminense.

No mais, parabéns pelo texto sempre muito elucidativo.

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